José Afonso, uma das mais importantes figuras da música portuguesa, faria 80 anos hoje, mas morreu em 1987, em Setúbal, tendo nascido em Aveiro, em 1929.
Ainda a concluir o curso na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, dedica-se à docência, a partir de finais dos anos 50, quase com 30 anos, num percurso nómada em escolas de norte a sul. Aos alunos ensinava História e Geografia, mas sobretudo vivência para que fossem pessoas e tivessem espírito crítico.Em sua memória, um excerto do poema de Jorge de Sena:
A Morte, o Espaço, a Eternidade
De morte natural nunca ninguém morreu.
Não foi para morrer que nós nascemos,
Não foi para a morte que dos tempos
Chega até nós esse murmúrio cavo,
inconsolado, uivante, estertorado,
desde que anfíbios viemos a uma praia
E quadrumanos nos erguemos. Não.
Não foi para morrermos que falámos,
que descobrimos a ternura e o fogo,
E a pintura, a escrita, a doce música.
Não foi para morrer que nós sonhámos
Ser imortais, ter alma, reviver,
Ou que sonhamos deuses que por nós
Fossem mais imortais que sonharíamos.
Não foi...
(…)
Jorge de Sena
Publicada por Miguel Loureiro (02-08-09) in “ Sala dos Professores”
www.saladosprofessores.com/index.php?..
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